A
Magia, principalmente durante e após a Idade Média (Era das Trevas segundo
denominam os historiadores), recebeu uma conotação negativa, associada ao culto
de demônios e às práticas de sacrifícios e orgias. Foi chamada de feitiçaria,
bruxaria e até foi palco de assassinatos através da Santa Inquisição.
Mas
nem sempre foi assim! A Magia e suas diversas vertentes como a Cabala, a
Alquimia e o Xamanismo, foram as primeiras manifestações de reconhecimento
entre o humano e o Divino, ainda na pré-história, sendo praticada através de
cultos à natureza, desenvolvendo no homem o respeito ao equilíbrio de suas
ações.
Do
ponto de vista funcional e simplificado, a Magia é o Instrumento ou o Meio por
onde as diversas facetas da energia Divina, incluindo Espíritos e Seres
Naturais, podem ser ativadas e direcionadas para um fim determinado.
Ela
também serve de base concreta (não dogmática ou unilateral) para a evolução
consciencial do Ser consigo mesmo, para com o meio em que vive e para com todo
o resto da Criação.
Sua
natureza em si não pode ser classificada como boa ou má, pois isso não existe
no fundamento da Criação, porém, sua prática pode levar à harmonia ou
desarmonia nos meios onde é empregada, de acordo com as motivações e aplicações
de seu ativador, assim, surgindo a noção de Magia Branca e de Magia Negra. É
importante ressaltar que em Deus, Criador de Tudo, não há um sentido
maléfico-destruidor ou punidor, mas apenas funções reguladoras de Sua Criação,
como por exemplo, para o corpo humano a destruição e trituração de um alimento
não é um ato de maldade, mas sim, uma necessidade de transformação de um
alimento em partículas menores, culminando na matéria-prima à vitalização do
corpo físico. Assim, chegamos a duas constatações:
- De Deus são produzidos efeitos, que para fins de simplificação os
denominaremos neste momento por: construtivos e destrutivos. Estes têm o
propósito definido de serem agentes das transformações necessárias à
manutenção de tudo o que foi Criado por Ele, sem que nisso haja a
conotação de bem ou mal, mas simplesmente a de evolução contínua;
- O direcionamento indevido de energias destrutivas, a partir de nós
seres humanos, gera um resultado desarmônico em relação ao equilíbrio da
Criação.
Portanto,
o “mal” está na ignorância e má utilização humana daquilo que é Divino, e sob
hipótese alguma, o “mal” seria algo criado por Deus com o cunho punitivo, mas
sim, com o propósito regulador da criação.
Desta
forma, compreendemos que a Magia é um caminho abrangente em sua aplicação, que
nos foi aberta, no plano material, de acordo com a maturidade e estágio
evolutivo da humanidade, com a função de esclarecer gradativamente nossa origem
e nosso caminho, enobrecendo nosso caráter, instruindo-nos e dotando-nos de
ferramentas poderosas de harmonização entre todos os espíritos (encarnados e
desencarnados), além de promover ordenadamente o intercâmbio entre as
diferentes realidades e vias de evolução dos seres existentes.
Escrito por: Daniel
Rodrigues de Souza